Eu tava lendo,
conversando e pensando sobre os neoconservadores*. Cheguei a uma conclusão
curiosa.
Eles têm muita certeza
sobre tudo que pensam, mas usam uma lógica estranha.
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Os
neoconservadores são contra qualquer interferência de governos na economia.
Eles acham que governos não têm que “se meter” em questões de produção e
comércio, acham que o mercado resolve tudo de boa maneira.
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Eles são
contra políticas afirmativas, cotas raciais ou sociais, etc. Consideram que a
meritocracia e o mercado devem prevalecer.
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Os
neoconservadores, em sua maioria, são contra, também, políticas públicas de
renda mínima ou de segurança alimentar, às quais chamam assistencialismo, como o
bolsa-família. Eles pensam que o sistema se adequará e aos poucos incluirá a
todos. Sem interferências governamentais.
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Da mesma
forma combatem programas públicos de moradia.
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Eles
também são contra a união civil entre pessoas do mesmo sexo. Acham que deveria
haver leis que a proíbam.
Vamos resumir e tentar
entender:
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Quem produz,
quem vende e quem compra o quê não são da alçada do Estado. São assuntos
PRIVADOS.
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Dar
oportunidades aos humildes e explorados historicamente de melhorar de vida por
meio da educação não é responsabilidade do Estado. É um assunto PRIVADO.
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Garantir a
subsistência de famílias, garantir que suas crianças não morram de fome não é
obrigação dos Estados. É um assunto PRIVADO.
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Dar a
certeza e a dignidade da moradia à sua população não é dever do Estado. É mais
um assunto PRIVADO.
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Quem ama
quem, quem vai morar com quem, quem vai dividir a vida com quem. Esse é um assunto
em que o Estado deve interferir. Esse assunto é, para os neoconservadores,
PÚBLICO!
* Eufemismo para a
atual direita nativa.