sábado, 28 de agosto de 2010

Assim nasce uma vermelha

Foi assim: cheguei à casa da Patrícia, uma amiga, pra inaugurar o ap novo, ap bacana, sem muito luxo, mas muito legal, novíssimo, recém construído. Pequeno mas muito bem localizado, coisa fina, em Santa Teresa. Cheguei e minha filha já tava lá. Cecília, cinco anos. Tinha ido antes, com uma amiga, tava me esperando lá.
Beijei-a (eu queria escrever beijei ela, mas o corretor ortográfico não deixa) muito e me sentei na varanda pra tomar alguma coisa enquanto as crianças brincavam lá dentro.
Aí ela sentou no meu colo e depois da sessão de carinho tradicional me mostrou a vista da varanda e perguntou: “pai, cê tá vendo uma coisa triste?”
Eu, calejado e estupidificado pela vida disse: “não, amor, qual?”
“Lá, pai, o moço dormindo na rua.”
Ele tava quase em primeiro plano. A Pat mora no segundo andar, e o cara tava ali, deitado na calçada, umas 10 da noite, frio pra danar, bem na minha cara.
Desconcertado, respondi: “tô vendo, filha, triste mesmo, né?” – já esperando que o assunto se encerrasse.
“Então, pai, a gente não vai fazer nada?”
“Mas o quê, amor?”
“Uai, pai, chamar ele pra dormir aqui. Tia Pat, ele não pode dormir aqui?”
A Pat, sem graça (ela é vermelha também, só que não sabe): “Mas Ceci, eu nem conheço ele...”
“Uai, tia Pat, a gente vai lá, eu pergunto o nome dele, ele fala, eu apresento ele pra você e aí você conhece ele e ele dorme aqui na sua casa.”

4 comentários:

Lolita disse...

Maravillosa criatura de una sensibilidad emocionante, es adorable. BEIJOS.

Lolita disse...

Maravillosa criatura de una gran sensibilidad. La adoro.

Lolita disse...

Es una futura vermelha fabulosa,
digna hija, nieta y biznieta. Né?

Lolita disse...

Maravillosa futura vermelha, digna hija, nieta y biznieta, né?