Foi assim: cheguei à casa da Patrícia, uma amiga, pra inaugurar o ap novo, ap bacana, sem muito luxo, mas muito legal, novíssimo, recém construído. Pequeno mas muito bem localizado, coisa fina, em Santa Teresa. Cheguei e minha filha já tava lá. Cecília, cinco anos. Tinha ido antes, com uma amiga, tava me esperando lá.
Beijei-a (eu queria escrever beijei ela, mas o corretor ortográfico não deixa) muito e me sentei na varanda pra tomar alguma coisa enquanto as crianças brincavam lá dentro.
Aí ela sentou no meu colo e depois da sessão de carinho tradicional me mostrou a vista da varanda e perguntou: “pai, cê tá vendo uma coisa triste?”
Eu, calejado e estupidificado pela vida disse: “não, amor, qual?”
“Lá, pai, o moço dormindo na rua.”
Ele tava quase em primeiro plano. A Pat mora no segundo andar, e o cara tava ali, deitado na calçada, umas 10 da noite, frio pra danar, bem na minha cara.
Desconcertado, respondi: “tô vendo, filha, triste mesmo, né?” – já esperando que o assunto se encerrasse.
“Então, pai, a gente não vai fazer nada?”
“Mas o quê, amor?”
“Uai, pai, chamar ele pra dormir aqui. Tia Pat, ele não pode dormir aqui?”
A Pat, sem graça (ela é vermelha também, só que não sabe): “Mas Ceci, eu nem conheço ele...”
“Uai, tia Pat, a gente vai lá, eu pergunto o nome dele, ele fala, eu apresento ele pra você e aí você conhece ele e ele dorme aqui na sua casa.”
sábado, 28 de agosto de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
4 comentários:
Maravillosa criatura de una sensibilidad emocionante, es adorable. BEIJOS.
Maravillosa criatura de una gran sensibilidad. La adoro.
Es una futura vermelha fabulosa,
digna hija, nieta y biznieta. Né?
Maravillosa futura vermelha, digna hija, nieta y biznieta, né?
Postar um comentário